HUMBERTO MENEGHIN
YV – Você teve a oportunidade de se especializar
em Yoga na Alemanha, onde se formou na GGF, no Instituto de
Yoga em Düsseldorf. Como foi a
experiência de estudar Yoga nesse país,
tendo em vista a diferença que há em relação ao idioma, a cultura e costumes?
Ou o jeito germânico de Ser prevaleceu sobre o brasileiro e você tirou de
letra? De tudo o que você aprendeu na GGF, buscando na mente, o que você
destaca de mais importante?
MARIA
AVELAR – Na Alemanha, em cada
cidade onde morei tive a oportunidade de experimentar linhas diferentes de
yoga: na universidade de Stuttgart, pratiquei Hatha na linha do Iyengar, na de
Duisburg, pratiquei Kundalini Yoga e em Düsseldorf, na GGF, pratiquei Hatha na
linha de Kaivalyadhama, que é a linha que procuro seguir até hoje, que tem o
olhar mais para a ciência. Me identifiquei prontamente com essa linha e muito
também com o prof. Gharote, que na época era diretor de Kaivalyadhama, em
Lonavla, Índia e passava os seus 30 dias de férias dando cursos na GGF,
Alemanha.
Com
relação ao idioma, eu já estudava alemão cerca de 3 anos antes de ir e podia
entender o “Hoch Deutsch”, mas ao chegar em Stuttgart, onde se fala um dialeto,
foi difícil compreender. Pouco depois nos mudamos para Duisburg, onde se fala o
alemão que eu entendia. Gostei muito do
jeito germânico, direto, sincero e muito cordial! Aprendi muito com a
organização, o comprometimento, a amizade... realmente, não sei o que destacar
do tanto que me fez bem viver lá por cinco anos e meio.
Já aos 37 anos de idade, tive a oportunidade de me tornar
mãe naquele país onde as mulheres procuravam ter seus filhos em casa. Fui para
a maternidade, pois tinha tido problemas durante a gestação, mas foi parto
natural, sem intervenção desnecessária e sem anestesia. O que me permitiu
vivenciar um parto sem dor, só com as respirações do yoga no meu segundo parto,
já depois de voltar ao Brasil.A proprietária da GGF e minhas amigas da Yoga
foram realmente muito generosas comigo tanto por me convidarem para dar aulas
de Yoga onde trabalhavam como abrindo as portas de suas casas para minha
família! Sou eternamente grata a tudo o que pude vivenciar naquele país!
YV – Não parando por aí, você participou de outros
cursos na Espanha e na Índia, mais especificamente no Instituto Kaivalyadhama e
também na sua querida Minas Gerais, em BH. Da Alemanha para a Índia, quais
diferenças você notou em relação à formação realizada na GGF e a que você fez
no Instituto Kaivalyadhama? No
final das contas uma complementou a outra ou os ensinamentos foram parcialmente
semelhantes, mas ensinados sob outro ponto de vista? E, o que você estudou em
Belo Horizonte?
MARIA
AVELAR – sim, antes de me mudar
pra Alemanha, eu tinha feito um curso de formação de professores de Yoga em
Belo Horizonte com a profa. Maria José Marinho e equipe, na linha do prof. Caio
Miranda, com duração de 3 anos. Perto do curso que fiz na Alemanha, o de BH foi
realmente bem básico. Na Espanha, onde fiz estágio do curso de Comércio
Exterior, em Barcelona, pratiquei Hatha Yoga com professores que costumavam ir
todos os anos para a Índia.
Na Índia, no Instituto Kaivalyadhama, em Lonavla fiz uma
especialização em Pranayama e em Urulikanchan, Pune, no Ashram Nisargopchar,
que foi fundado por Gandhi, fiz um estudo sobre Naturopatia com o Dr Nisal.
Afinal, todos se complementam. São olhares por ângulos distintos que nos
permitem ver um pouco mais a grandiosidade do conhecimento.
YV – Além disso,
você foi professora no curso de formação em Yoga da UniFMU/SP, por alguns anos,
onde teve a oportunidade de transmitir aos alunos toda a bagagem de
conhecimento que você adquiriu nesses anos de estudo e prática. Essa formação
na FMU, em São Paulo, não existe mais. Por que ela foi encerrada se havia
muitas pessoas interessadas? E, quais foram os bons momentos a se destacar
nessa etapa?
MARIA
AVELAR – Ainda na GGF, Alemanha,
eu fui convidada a dar aulas no curso de formação, na parte de didática. Quando
o curso de formação em Yoga da UniFMU/SP começou em 1996, o dr. Gharote sugeriu
ao prof. Marcos Rojo que me convidasse a participar como professora, já que
seguimos a mesma linha iniciada pelo Swami Kuvalayananda – o que me deixou
muito honrada e agradecida.
O
curso foi crescendo, com um número cada vez maior de interessados. Por isso, o
prof. Marcos Rojo, que coordenava o curso, decidiu fundar o IEPY – Instituto de
Ensino e Pesquisas em Yoga. Assim, o curso continua em SP, mas expandiu para
várias cidades do Brasil, tanto do interior como capitais de diversos estados,
como Belo Horizonte, Palmas, Goiânia, Brasília, já aconteceu também em
Curitiba, Porto Velho...
Bons
momentos são aqueles em que vemos o conhecimento do Yoga se espalhando e
interessando cada vez mais pessoas e cada vez mais jovens – ou seja, o interesse
no crescimento espiritual está se manifestando mais cedo!
Bons momentos são aqueles em que vemos que as
universidades estão cada vez mais abertas para o Yoga, tanto para o ensino como
para pesquisas – por isso, mesmo aqui
em São Carlos, temos participado de pesquisas junto à UFSCar na fisioterapia,
na gerontologia... Isso é ótimo!
YV – A mídia valoriza muito as pessoas que estão
em excelente forma física, com abdômen definido, gordura reduzida, bonitas,
sorridentes e aparentemente felizes e em alto estilo. Muitas pessoas procuram o
Yoga, melhor dizendo, a prática de ásanas, para ficarem mais bonitas e
esbeltas e somando-se a tudo isso modelos e atrizes vira e mexe aparecem
fazendo posturas de Yoga em imagens que são publicadas nas revistas e nas redes
sociais, instigando quem as admira a tornarem-se belas, lindas e magras como
elas praticando Yoga. O que você pode dizer às pessoas que enxergam o Yoga
desta maneira? Como transmitir a essas pessoas o real significado do que é
Yoga? E será que praticar Yoga para se tornar mais consciente e para buscar moksha,
a libertação, pode desanimar quem busca apenas os aspectos físicos que a
prática proporciona? E, o que você acha das que gostam de praticar ásanas
trajando apenas um mero biquíni? Tudo bem e problema delas? Ou um pouco de
discrição é recomendado?
MARIA
AVELAR – A questão do que buscar
no Yoga se restringe ao corpo muitas vezes porque as pessoas podem nem estarem
conscientes de que existe algo além do físico. Mas, se tiver bons professores,
a própria prática pode levar a perceber gradualmente. Já existem pesquisas que
comprovam que uma simples prática de yoga –
asanas – faz a pessoa se sentir melhor. Se, ao final de cada aula, o/a
professor/a for passando um pouco da filosofia yogue e dos yamas e niyamas,
certamente depois de algum tempo, a pessoa vai acabar se interessando no que
tem além de um belo corpinho. Ou vai pela dor (física ou emocional).
Tive
uma aluna que, depois de 7 anos de prática, veio me perguntar onde poderia se
aprofundar nos conhecimentos do yoga. O interessante foi que ela mesma percebeu
que levou 7 anos para se tocar! Temos que ter paciência e a certeza de que a
centelha divina está em todos e que no fundo todos queremos ser felizes e nos
livrar das causas do sofrimento!
É
bom procurar lembrar aos nossos alunos que o sistema capitalista procura sempre
deixar as pessoas insatisfeitas através de modelos inatingíveis. Estando
insatisfeitas, acham que se consumirem aquele produto vão se sentir melhor, o
que não é verdade. O ideal de beleza vai mudando, ficando sempre inatingível!
Veja o video “História das coisas” que nos ajuda a esclarecer o que anda
acontecendo com todo esse enfoque atual.
Se esses alunos chegam até nós, passa a ser problema nosso também. Devemos ter
criatividade e paciência para, de alguma forma, ver se conseguimos tocar o
coração (ou a alma) dessas pessoas, para que elas consigam perceber que não são
livres em suas escolhas e principalmente em seus pensamentos! E que é à nossa
libertação – Moksha – que o yoga nos
conduz!
YV – Em São Carlos-SP, cidade onde mora, você é
tida como referência no que concerne à prática e estudo de Yoga e Meditação,
tanto é que você fundou o Sarvananda Casa de Yoga, que também oferece
práticas de Tai Chi Chuan, Chi Kung e um Curso específico de Capacitação e
Aprofundamento em Yoga, dentre outros eventos. Administrar um espaço de Yoga,
ministrar aulas e workshops, dá muito trabalho ou você consegue separar
o joio do trigo e se manter firme e forte em cada papel que você assume? Qual é
a missão da Sarvananda Casa de Yoga e quais são os eventos previstos
para 2015?
MARIA
AVELAR – Desde criança, sempre
gostei de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Adoro dar aulas, palestras, workshops, organizar eventos e viagens,
administrar e continuar aprendendo. Felizmente consegui me organizar de forma a
fazer tudo o que gosto. Dá muito trabalho, mas sinto prazer fazendo tudo isso!
A
missão da Sarvananda Casa de Yoga é
exatamente cuidar da pessoa de forma integral (Sarva). Oferecemos atividades que trabalham o corpo, a mente e o
espírito. Em 2015, além das aulas de Hatha Yoga e Yogaterapia Hormonal, estamos
oferecendo também um horário de Vinyasa
Flow com a profa. Belenice Toma. As aulas de Tai Chi Chuan e Chi Kung, bem
como Shiatsu e acupuntura são ministradas pela fisioterapeuta Débora Leite.
Estamos
oferecendo ainda o curso de aprofundamento em Yoga com os professores do antigo
curso de Yoga da Uni-FMU/SP: Ms. Gerson D’Addio, Prof. Collaço Veras, José
Antonio Filla, João Gonçalves, eu, além da profa. Lia Diskin e a neurocientista
Dr. Elisa Kozasa. A gente oferece a oportunidade de participação em alguns
módulos avulsos para pessoas que estejam interessadas no assunto.
Ofereço
também o curso Cultivando o Equilíbrio Emocional (CEB), onde são ensinadas
técnicas de meditação – Shamatha, Vipassana e virtudes do coração – e
técnicas específicas para se aprender a lidar com as 7 emoções universais,
estudadas pelo psicólogo americano Dr Paul Ekman, referência no estudo das
emoções.
YV – Em relação ao Yoga Terapia Hormonal para
Problemas da Menopausa, técnica criada pela professora Dinah Rodrigues, você
além de ministrar aulas em seu espaço e organizar workshops, foi quem
catalisou, isto é, que possibilitou que a YTH fosse introduzida na Alemanha,
indicando a professora Dinah Rodrigues a ministrar aulas e workshops
naquele país. Que bom karma esse! Sem esse seu insight as Alemãs
não estariam praticando o YTH que praticam hoje ou de uma forma e outra
acabariam descobrindo a técnica criada pela professora Dinah e voilá?
Quais são os bons frutos colhidos pelas praticantes assíduas da sequência de ásanas
do Yoga Terapia Hormonal para Problemas da Menopausa?
MARIA
AVELAR – Eu fico muito feliz
quando posso participar de alguma forma dessas conexões, que acontecem
espontaneamente. Voltando da Índia em 2002, passei pela Alemanha para visitar
meus amigos da GGF e comentei com o pessoal sobre a técnica. Fiz uma prática
com as pessoas interessadas para que elas ficassem conhecendo a técnica.
Adoraram e quiseram convidar a profa. Dinah, que começou a ir no mesmo ano e
desde então tem ido todos os anos. O livro foi traduzido pro alemão e outros
idiomas europeus. Com isso a técnica tem se espalhado cada vez para mais
lugares. Não penso como seria se não tivesse sido assim! Apenas fico feliz por
ter tido a oportunidade de divulgar uma técnica tão importante.
O pessoal que pratica comigo sente muita vitalidade, além
da eliminação dos sintomas desagradáveis, como calores, sono irregular,
desânimo... É muito bom poder passar técnicas que não têm efeitos colaterais,
como os medicamentos e assim contribuir para o bem estar das pessoas.
YV – Reiki e Yoga se misturam? Ou podem
caminhar juntos, mesmo sendo distintos? Será que um professor ou professora de
Yoga que é muito sensitivo acaba por absorver uma energia que não é boa deixada
por algum aluno ou aluna a quem ministrou uma prática ou essa possibilidade não
existe, pois praticar Yoga sempre faz bem? Mas, se isso acontecer, como se
limpar do que não é positivo?
MARIA
AVELAR – O Reiki é uma técnica de
cura natural. Não se mistura com o Yoga. Mas o que eu percebia é que em
determinadas situações, algumas pessoas precisam de alguma ajuda que o Yoga não
oferece (como no caso de pessoas em tratamento de câncer, muito debilitadas
para a prática até mesmo de meditação). Nesse caso, o Reiki supre essa lacuna.
Por outro lado, o objetivo principal do Reiki é a cura pessoal.
Várias pessoas
que praticam Yoga acabam fazendo o curso de Reiki comigo e aprendendo as
técnicas de transformação. Com isso, a principal mudança que acontece é que a
pessoa passa a ser pró-ativa tanto com relação à sua própria saúde (já que o
Reiki melhora muito o sistema imunológico do praticante) como com relação ao
planeta, pois com o Reiki deixamos de ficar pressionados com a sensação de que
não podemos fazer nada.
Sim,
podemos pelo menos enviar Reiki para a situação, para as pessoas que estão
sofrendo, para o local de alguma tragédia etc. É uma ótima prática de
compaixão! A auto-aplicação do Reiki ainda funciona como uma espécie de
meditação, que ajuda a limpar a mente, além de fortalecer os chakras.
Além disso, aprendemos no Reiki técnicas de limpeza
do ambiente, proteção da aura e dos chakras e até como enviar a energia Reiki
para os alunos na hora do relaxamento em shavasana, se percebermos que é
necessário.
YV – Ho’oponopono é meditação? As Constelações Familiares realmente funcionam e
vieram para ficar?
MARIA
AVELAR – Ho’oponopono, ou melhor, SITH
– Self I-Dentity Through Ho’oponopono foi reestruturado pela havaiana
Kahuna Lapa’au Morrnah Simeona; é um processo simples e profundo de resolver
problemas. Ho’oponopono
significa simplesmente “acertar o passo” ou “corrigir o erro”.
No
desenrolar do processo Ho’oponopono, Morrnah foi orientada a incluir as três
partes do eu, que são a chave para a Auto-identidade. Essas três partes,
presentes em cada molécula da realidade, são chamadas de Unihipili (criança/
subconsciente), Uhane (mãe/consciente) e Aumakua (pai/superconsciente).
Quando
esta “família interna” encontra-se alinhada, a pessoa está em sintonia com a
Divindade, acontece o equilíbrio e a vida começa a fluir. Assim, Ho’oponopono
auxilia na restauração do equilíbrio, primeiramente no individuo e depois em
toda a criação. Este sistema tríplice, juntamente com um poderoso processo de
perdão (Ho’oponopono), compreende-se o seguinte: a melhor maneira de trazer
cura para cada aspecto de sua vida e para o universo inteiro é assumir 100% de
responsabilidade e trabalhar consigo mesmo. Sim, pode-se dizer que é uma forma
de meditação e mesmo de oração, já que tem orações que são ditas como mantras
nesse processo de cura interior.
As
constelações familiares são uma forma de terapia sistêmica fenomenológica
desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger, que busca a origem dos problemas no
sistema onde a pessoa está inserida – em geral, o mais predominante é a
família. Encontrando o ponto do emaranhamento, busca-se resolver o problema
para que o Amor volte a fluir. Sim,
funcionam e acho que vieram pra ficar! Está sendo cada vez mais aceita, tanto
aqui como na Europa e América do Norte.
YV – Em julho de 2014, você esteve na Escócia,
mais precisamente em Holy Isle, participando de curso de formação em cultivando o equilíbrio emocional com o professor Allan Wallace e ainda psicologia com Eve Ekman. O que atraiu você a estudar com esses
professores? Equilibrar o emocional,
nos dias de hoje e na sociedade que vivemos leva-se muito tempo? Quais são as
ferramentas indispensáveis para alguém equilibrar o emocional?
MARIA
AVELAR – O curso Cultivando o
Equilíbrio Emocional – CEB (Cultivating Emotional Balance) foi desenvolvido
pelo psicólogo americano especialista em emoções Paul Ekman juntamente Alan
Wallace, americano grande erudito, que foi monge budista por 14 anos, a pedido
do Dalai Lama no encontro do Mind & Life Institute do ano 2000.
Em
2012 fiz o curso na Palas Athena em SP com a profa. Elisa Kozasa, que
participou do primeiro curso de treinamento, que aconteceu em 2010, na Ilha de
Puket, na Tailândia.
O objetivo do CEB
é educativo, para que a gente aprenda as funções das emoções, aprenda a
reconhecer os gatilhos, o período refratário de cada emoção, enfim, aprenda a
compreender a emoção da forma como estamos sentindo. E por outro lado, o curso
é muito rico, pois trabalha o equilíbrio de quatro aspectos da inteligência:
Conativo, da Atenção, Cognitivo e Afetivo. Através do conhecimento de todos
esses aspectos e treino da mente com meditações Shamatha, Vipassana e das
Virtudes do coração, aprendemos a “cultivar” os nossos equilíbrios no dia a
dia.
YV – Quando pode você viaja ao Peru, numa
peregrinação aos Andes, conduzindo algumas pessoas. Você acha que por o Peru
ser um lugar místico ir para esse país acaba por ser uma possibilidade de se conectar
com a Mãe Terra de uma forma mais intensa? Quais outros lugares do mundo você
gostaria de peregrinar?
MARIA
AVELAR – Fui ao Peru a primeira
vez em 2005 para acompanhar meu marido, que sempre quis ir a Machu Picchu. Foi
uma viagem com o mestre de Reiki Johnny D’Carli só para reikianos, com o
acompanhamento do shaman Mallku, que é um pesquisador das culturas inca e
pré-incas. O que mais me impactou nessa viagem foi um dos locais sagrados onde
fizemos uma vivência de meditação – a caverna Amaru Machay. Vivenciei uma
emoção indescritível ao ver que o local que muitas vezes aparecia em minhas
meditações estava ali. É uma caverna incrustada nas montanhas de pedra e há uma
fresta por onde entra a luz do sol e da lua cheia, formando um “portal” sobre o
altar, também de pedra. Foi muito intenso!
Além
disso, perceber o feminino do nosso
planeta através das montanhas dos Andes – onde quer que você esteja, está
sempre rodeado de montanhas mais altas, como que acolhido no “útero” da Pachamama,
a Mãe Terra – e do Lago Titicaca (lago também é símbolo do feminino). Fui sem
expectativas e me surpreendi. Durante esses últimos 10 anos, fiz 7 viagens de
peregrinação, sempre intensas, seja nas Islas Ballestas – viveiro de leões
marinhos, no Oásis de Huacachina (único da América Latina), seja vendo as
linhas de Nasca, os vulcões de Arequipa, as Islas Flotantes de los Uros no Lago
Titicaca, seja em Cusco, no Valle Sagrado ou em Machu Picchu! Peru me ensinou
muitíssimo em todas essas viagens de autoconhecimento, com atividades de
meditação em cada local sagrado visitado.
Os grupos foram ótimos! Algumas
pessoas foram mais de uma vez; tivemos idades variadas (de 17 a 70 anos) e
todas voltaram satisfeitas, dizendo que foi além das expectativas. Gosto muito
de viajar e na época da faculdade, eu levava grupos de estudantes, em geral
jovens de 15 a 20 anos, para estudar inglês na Inglaterra. Essas viagens ao
Peru foram uma forma de reviver essa dinâmica.
YV – Dos mestres e Yogis do passado, por quais
deles você nutri uma simpatia e admiração a ponto de dizer: Gostaria muito de
tê-lo conhecido, de ter estudado e aprendido com ele? E, quais são alguns dos bons livros que você leu que considera
indispensável à leitura por aqueles que pretendem adquirir mais conhecimento?
MARIA
AVELAR – Bem, tive e ainda tenho
ótimos mestres, como o Dr Gharote, o Sarvananda (Georg Kritikós), Leopoldo
Chariarse, Dr Bohle, Shrikrishna, Alan Wallace e tantos outros. Mas é claro que
se eu pudesse ter conhecido pessoalmente o yogue maior – o Buda Gautama, ou
Paramahansa Yogananda, Gandhi – só para citar alguns!
Na
linha que sigo atualmente, seria interessante conhecer o Swami Kuvalayananda,
que iniciou as pesquisas científicas com as técnicas de Yoga e o guru dele,
Paramahansa Sri Madhavadasji Maharaj (1798 a 1921), que depois de 50 anos
viajando a pé pela Índia, começou a ensinar Yoga aos 80, incentivou a retomada
das práticas de yoga na linguagem atual (ciência) e viveu 122 anos!
Há
vários livros, cada época me concentro em determinada literatura yogue. Mas
acho fundamental a leitura do Bhagavad Gita, que é o livro mais antigo a citar
o Yoga, livros com os Yoga-sutras de Patanjali comentados por grandes mestres
como Sw. Kuvalayananda, Taimni, Desikachar, além dos textos antigos como Hatha
Pradipika, Gheranda Samhita, Goraksha Shataka. Outros mais atuais como a “Autobiografia de um Yogue” de Paramahansa
Yogananda, a Autobiografia de Gandhi e os livros de B. Alan Wallace, que tem
uma forma muita clara e direta de falar da mente e de meditação.
MARIA AVELAR GUIMARÃES – Sou professora de
inglês de formação, além de administradora de comércio exterior. Trabalhei com
ambos de forma dedicada e prazerosa, mas paralelamente vinha trabalhando com
yoga desde 1985, depois de um curso de formação em Belo Horizonte. Gosto de
transmitir conhecimentos, na mesma medida em que gosto de continuar aprendendo.
Além de me aprofundar cada vez mais em Yoga – Yogaterapia e meditação, também
fiz formação em outras coisas que levam ao autoconhecimento, como constelação
familiar, leitura corporal, analista em psicossomática, Ho’oponopono e Reiki.
Atualmente estou me aprofundando nas técnicas de meditação mais avançadas
ensinadas por Alan Wallace. Estabeleci a Sarvananda Casa de Yoga desde 2000,
quando comecei a diminuir as aulas que dava de inglês e alemão. Pouco depois,
comecei a trabalhar também com Reiki, tanto oferecendo terapias como cursos
para formar reikianos. Organizo eventos de constelação familiar, bem como
cursos na área de terapias sistêmicas com o Dr Fernando de Freitas em São
Carlos. Na Sarvananda Casa de Yoga, damos aulas de hatha yoga, yogaterapia e
vinyasa flow, além de cursos de capacitação e aprofundamento em yoga, cursos de
reiki e de Cultivando o Equilíbrio Emocional (CEB). Ainda temos aulas de Taichi
Chuan, aplicação de shiatsu e acupuntura.
SINTONIZE-SE com o programa Om Sarva e ouça os ensinamentos da professora Maria Avelar, confira o link:
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