8 de abril de 2015

NOIVA AFLITA PRATICA YOGA




HUMBERTO MENEGHIN


Preparativos para se casar na maioria das vezes deixam os noivos e suas famílias impacientes, ansiosos e nervosos, pois querem que o grande dia chegue logo e que tudo aconteça perfeitamente bem, sem quaisquer inconveniências. E, para aliviar a tensão pré-matrimonial, a noiva resolve praticar Yoga dias antes da cerimônia; mas, será que as poucas práticas conseguem surtir efeitos positivos numa noiva que está aflita?



Preocupações, impaciências e aflições e outros sentimentos e emoções que drenam a energia de uma pessoa, na medida do possível, devem ser deixados do lado de fora da sala de prática no momento que se retira os sapatos; no entanto, muitos não conseguem entender isso e carregam consigo tudo isso e muito mais.



Logo antes de a prática começar, a noiva já se embala numa conversação que parece não ter fim relatando o que está acontecendo em relação aos preparativos da cerimônia de casamento e confessa que está muito preocupada, aflita, por que acha que a futura sogra se intromete muito e que alguma coisa não vai sair como quer num dos dias mais importantes da sua vida. 


É verdade que desejamos sempre que tudo corra bem em nossa vida, em especial nos momentos mais importantes; no entanto, o problema da noiva aflita e também de muita gente hoje em dia é não conseguir viver o momento presente como deve ser vivido, sem se desapegar de algo que vai acontecer num futuro próximo, preferindo se entregar à ansiedade e a preocupações desmedidas.


A noiva que começou a praticar Yoga teve que atender algumas ligações em seu smartphone, para então silenciar-se e tentar se centrar. O professor por sua vez, teve que tomar as rédeas da situação de uma forma sensata para que a prática transcorresse sem quaisquer outras interrupções.


Ásanas foram feitos, pranayamas realizados, em especial o nadi shodana incluindo mais um pouco de ujjayi para que aos poucos as preocupações fossem deixadas de lado; no entanto, durante a tentativa de meditar, a concentração da praticante não conseguia se estabilizar, ficando seus pensamentos voltados aos detalhes de seu casamento.


Naturalmente o professor que conduzia a prática já havia dito para deixar esses pensamentos intrusos passarem sem continuar lhes dando atenção, o que a praticante disse ter tido certa dificuldade.


E, então, a noiva somente foi se sentir renovada após o término do relaxamento final tendo confessado que estava muito bem. 


Outras práticas vieram, talvez cinco e a noiva aos poucos começou a perceber que a prática de Yoga estava surtindo o seu efeito, em especial durante o sono e no começo do dia seguinte.


No entanto, as preocupações em relação ao dia D ainda pairavam pelo ar e por vezes ainda se via aflita. Se tivesse descoberto o Yoga, anos antes, quem sabe hoje em dia estivesse encarando tudo por que passa de uma outra forma, sem se apegar a detalhes que no final podem nem ter tanta importância assim.

Viva os noivos!


Harih Om!

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