1 de dezembro de 2011

PURVOTTANÁSANA, “WHAT A FEELING!”



HUMBERTO MENEGHIN


Há quase trinta anos o filme Flashdance liderava as bilheterias do cinema com um enredo voltado à dança e a música. Quem o assistiu, naquele tempo, até mesmo nos dias atuais, pode não ter percebido que alguns ásanas do Yoga estão visivelmente inseridos na coreografia da dança que a personagem principal ardentemente ensaia para ser aprovada em um teste.






O yoga e a dança parecem estar lado a lado, sendo ações completamente distintas, mesmo que alguns prefiram unir os dois para criar uma modalidade híbrida chamada Yoga-Dance que não deixa de ter os seus aficionados. No entanto, dança é arte, Yoga libertação, não há qualquer tipo de confusão nisso.


Dentre os cerca de quatro ou cinco ásanas que aparecem numa das coreografias de Flashdance, está o purvottánasa. No entanto, ainda que a permanência da dançarina seja mínima no purvottásana, em conjunto com o pashimotanásana que é emendado na seqüência numa forma dinâmica, um pouco do Yoga ali está presente.








O purvotanásana, na prática do dia a dia, talvez seja uma postura relegada a um segundo plano, pois a sua postura irmã, a paschimottánasa, conhecida por alguns como a postura da pinça ou postura do alongamento intenso das costas, parece ser mais popular. Não obstante, ser muito importante para o praticante executar uma contra-postura de extensão após uma de flexão extrema.


Para o praticante sentir os efeitos do purvottásana, postura do alongamento intenso da parte anterior do corpo, em um primeiro momento, deve se empenhar em certas ações para construí-la.


Estando em dandasana, o praticante estende as pernas, que estão unidas, para frente do tronco, apóia a região lombar e coloca os cotovelos em contato com o solo. 


No ponto onde os cotovelos tocam o chão, o praticante posiciona as palmas das mãos, com os dedos apontados para frente ou se quiser para os lados,(na cena do filme ela os aponta para trás), para em seguida estender as pernas e apoiar as plantas dos pés, unidas, no solo, na medida do possível.








A princípio ambas as pernas se mantém estendidas, mas se o praticante sentir qualquer incômodo na região lombar ou até alguma pressão, deve optar pela versão mais leve deste ásana, conhecida como a ponte, onde os joelhos são flexionados, as canelas se mantém perpendiculares e o tronco permanece paralelo ao chão.







Em ambas opções, o baixo ventre é sugado surgindo também o mulabhanda. No entanto, ao se elevar sobre as mãos, o praticante toma uma inspiração consciente, enquanto as mãos permanecem bem apoiadas ao chão, em especial os metacarpos.


Por sua vez, os ossos ilíacos também ficam paralelos ao chão e o pescoço está alongado e relaxado, devendo o praticante evitar a todo custo, jogar ou soltar em demasiado o peso da cabeça para trás. Os ombros, por sua vez, também estão para trás, para baixo e abertos, enquanto que as axilas permanecem afastadas.


Construído o ásana, seja na versão mais completa ou mais acessível, a concentração do praticante se volta para a região do coração e a garganta, ao mesmo tempo em que a ponta da língua vai para o palato mole da boca, em khechari mudra.


A sensação experimentada por quem investiga o purvottánasa é a de plena vitalidade, o que beneficia o sistema nervoso, estimula o sushumna Nadi e traz benefícios aos pulmões e coração. 


Além disso, a musculatura do abdômen e do ventre são alongadas e ativadas, funcionando como uma compensação natural ao paschimottanasana, fortalecendo as costas, que foram alongadas naquela posição. Contudo, o praticante deve lembrar que é recomendável primeiro executar o paschimottanasana, para em seguida vir o purvottanasana.








Para relembrar algumas cenas de Flashdance, aqui estão elas:






Harih Om!

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