HUMBERTO MENEGHIN
Há quase trinta anos o filme Flashdance liderava as bilheterias do cinema com um enredo voltado
à dança e a música. Quem o assistiu, naquele tempo, até mesmo nos dias atuais,
pode não ter percebido que alguns ásanas
do Yoga estão visivelmente inseridos na coreografia da dança que a personagem
principal ardentemente ensaia para ser aprovada em um teste.
O yoga e a dança parecem estar lado a lado, sendo
ações completamente distintas, mesmo que alguns prefiram unir os dois para
criar uma modalidade híbrida chamada Yoga-Dance
que não deixa de ter os seus aficionados. No entanto, dança é arte, Yoga
libertação, não há qualquer tipo de confusão nisso.
Dentre os cerca de quatro ou cinco ásanas que aparecem numa das
coreografias de Flashdance, está o purvottánasa. No entanto, ainda que a
permanência da dançarina seja mínima no purvottásana, em conjunto com o pashimotanásana que é emendado na
seqüência numa forma dinâmica, um pouco do Yoga ali está presente.
O
purvotanásana, na prática do dia a dia, talvez seja uma postura relegada a
um segundo plano, pois a sua postura irmã, a paschimottánasa, conhecida por alguns como a postura da pinça ou
postura do alongamento intenso das costas, parece ser mais popular. Não
obstante, ser muito importante para o praticante executar uma contra-postura de
extensão após uma de flexão extrema.
Para o praticante sentir os efeitos do purvottásana, postura do
alongamento intenso da parte anterior do corpo, em um primeiro momento, deve se empenhar em certas ações para
construí-la.
Estando em dandasana, o praticante estende
as pernas, que estão unidas, para frente do tronco, apóia a região lombar e
coloca os cotovelos em contato com o solo.
No ponto onde os cotovelos tocam o chão, o
praticante posiciona as palmas das mãos, com os dedos apontados para frente ou
se quiser para os lados,(na cena do filme ela os aponta para trás), para em
seguida estender as pernas e apoiar as plantas dos pés, unidas, no solo, na
medida do possível.
A princípio ambas as pernas se mantém estendidas,
mas se o praticante sentir qualquer incômodo na região lombar ou até alguma
pressão, deve optar pela versão mais leve deste ásana, conhecida como a
ponte, onde os joelhos são flexionados, as canelas se mantém perpendiculares e
o tronco permanece paralelo ao chão.
Em ambas opções, o baixo ventre é sugado surgindo
também o mulabhanda. No entanto, ao se elevar sobre as mãos, o
praticante toma uma inspiração consciente, enquanto as mãos permanecem bem
apoiadas ao chão, em especial os metacarpos.
Por sua vez, os ossos ilíacos também ficam
paralelos ao chão e o pescoço está alongado e relaxado, devendo o praticante
evitar a todo custo, jogar ou soltar em demasiado o peso da cabeça para trás.
Os ombros, por sua vez, também estão para trás, para baixo e abertos, enquanto
que as axilas permanecem afastadas.
Construído o ásana, seja na versão mais
completa ou mais acessível, a concentração do praticante se volta para a região
do coração e a garganta, ao mesmo tempo em que a ponta da língua vai para o
palato mole da boca, em khechari mudra.
A sensação experimentada por quem investiga o purvottánasa é a de plena
vitalidade, o que beneficia o sistema nervoso, estimula o sushumna Nadi
e traz benefícios aos pulmões e coração.
Além disso, a musculatura do abdômen e do ventre são alongadas e ativadas, funcionando como uma compensação natural ao paschimottanasana, fortalecendo as costas, que foram alongadas naquela posição. Contudo, o praticante deve lembrar que é recomendável primeiro executar o paschimottanasana, para em seguida vir o purvottanasana.
Além disso, a musculatura do abdômen e do ventre são alongadas e ativadas, funcionando como uma compensação natural ao paschimottanasana, fortalecendo as costas, que foram alongadas naquela posição. Contudo, o praticante deve lembrar que é recomendável primeiro executar o paschimottanasana, para em seguida vir o purvottanasana.
Para relembrar algumas cenas de Flashdance, aqui estão elas:
Harih
Om!
Nenhum comentário:
Postar um comentário