9 de janeiro de 2016

MINHA AMIGA PRATICA YOGA, EU TAMBÉM! – PARTE 35




HUMBERTO J. MENEGHIN


“Vamos descer para o kirtan, Flor Amada?”, me disse Lili. Descemos e fomos para o salão principal do mosteiro que estava lotado. Vera Lúcia nos fez um sinal para ocuparmos um lugar que ela guardava pra nós, logo à frente. A Simone e a Keilane também apareceram, mas eu não estava vendo a Claudinha em nenhum lugar. Muita gente falava alto e ria e isso estava me irritando tanto !!! Que retiro é esse ???  Mais fazem barulho do que silenciam! Então, Tércio Natércio Couto, a Silmara e aquele sujeito baixo e calvo apareceram.



Enquanto Tércio afinava o instrumento de corda que trazia e o outro sujeito teclava aleatoriamente uma espécie de acordeão, Silmara, toda loura e imponente, pegou o microfone e começou a falar: “Eu quero agradecer a vocês, minhas amadas, meus amados, a presença nesse retiro. Amamos, eu e o Tércio e o Nenê”.– disse apontando para aquele homem calvo e baixo no acordeão­– “Nosso retiro sempre lota, faz sucesso. Acreditam que deixamos de atender cerca de trinta pessoas da lista de espera porque não teve nenhuma desistência!!! Vamos ter que procurar um local maior para o nosso “Yoga do Ser”!


“Pois que bem, minhas lindas, meus lindos; daqui a pouco vamos ter o Kirtan, depois vamos todos nanar, dormirmos para acordarmos bem cedo para a prática de Yoga ao ar livre que eu vou ministrar às seis da manhã. Amadinhos, depois do café, aqui neste mesmo lugar, o Tércio amado vai começar as preleções. Muitas surpresas virão ... até hoje à noite, gente linda, na madrugada vamos meditar lá fora nas estrelas, no Universo, isso é opcional e vamos estar lá fora a qualquer hora ... meditando. Apareçam se quiserem.” – Silmara olhou para o Tércio  que enviou um sorriso a todos, pegando o microfone, dizendo: “Ganesha brilha, Ganesha tráz, Ganesha faz, Ganesha Om namoh!” Vamos galera linda!!! Esse é o refrão.


“Ganesha brilha, Ganesha tráz, Ganesha faz, Ganesha Om namoh!”
Namoh namah! Ganesha lá!
                                                 Namoh namah! Ganesha lá!
                                                Namoh namah! Ganesha lá!”


E todos nós começamos a cantar junto com eles, com o Tércio, a Silmara e o Nenê; nos embalando nessa letra saudando Ganesha como se nos entregássemos a tudo.


Nem percebi a hora passar, pois só paramos às nove e meia da noite. E antes que saíssemos, Silmara pegou o microfone de novo e disse: “Boa noite, meus anjos! Quem vai dormir que descanse bem e se acordarem no meio da madrugada estaremos lá fora meditando com as estrelas. Ah, o CD do Tércio vai estar ali em pré-venda, meus amores. Procurem o Nenê!”


Lili se levantou rapidamente e foi até o Tércio que ainda dedilhava o violão e junto a ele fez um self. E quando estávamos retornando para o quarto no andar de cima, me surpreendi com a presença de uma pessoa da minha convivência diária: Era a Júlia, a minha estagiária lá do escritório, em companhia de uma senhora mais velha, que fiquei sabendo ser a sua avó. Então soube que estavam de saída, que não dormiriam por lá, pois iriam dormir em sua casa em Campinas, para amanhã estarem de volta. Boa idéia essa que não havia cogitado, uma vez que de Vinhedo a Campinas não se levava muito tempo. Mas como o negócio já tinha sido feito e pago, iríamos dormir por lá mesmo.


Quando chegamos em nosso quarto, notei a Claudinha já recolhida em sua cama, dormindo. O que será que tinha acontecido com ela? Não quis acordá-la para perguntar isso. Então, todas nós fomos dormir. Lili disse que iria acordar na madrugada para meditar lá fora como haviam dito; eu já não estava a fim.


A noite corria silenciosa e até que eu tinha pego no sono, mas, de repente, comecei ouvir alguém falar, falar e falar sem parar: “ O Márcio tá aí? Cadê o Márcio? Chama o Márcio pra mim que eu quero falar com o Márcio. Chama o Márcio !!!”  Então, fiquei sabendo que a Vera Lúcia, que dividia o quarto com a gente falava enquanto dormia  e continuava a querer que chamássemos o Márcio. Quem seria esse Márcio? 


“Cala essa boca!” disse Lili  em voz mais alta que podia. E a Vera Lúcia insistia em chamar o Márcio! “O Márcio tá aí? Cadê o Márcio? Chama o Márcio pra mim que eu quero falar com ele. Chama o Márcio !!!” 

Harih OM!


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