25 de outubro de 2011

O CULTO À LAKSHMI E O DIWALI



HUMBERTO MENEGHIN


Ao cair da tarde do dia 26 de outubro de 2011, no momento em que a lua nova desponta no céu, se inicia o Diwali ou Deepavali, o festival das luzes, a comemoração mais importante do ano para os Hindus, Jainistas e Sikhs. Festejado por muitas famílias na Índia e em outros países ao redor do mundo esta celebração de ano novo, muito peculiar, com duração de pelo menos cinco dias, se destaca pela alegria das pessoas e a intensidade das luzes.





Em luminárias feitas em barro, cuja chama surge do óleo lá colocado, a luz, tem como significado o triunfo do bem sobre o mal e de uma forma análoga, a dissipação da ignorância através do conhecimento, que permite o indivíduo discernir as suas ações corretamente.

Como parte desta celebração tradicional, os devotos se vestem com roupas novas, oferecem pujas aos Deuses, compartilham doces e comida com a família e os amigos imbuídos na sincera intenção de atrair mais prosperidade para a vida e os negócios, durante todo o ano. Acredita-se que a Deusa Lakshmi visita a todos durante o Diwali trazendo paz e prosperidade.




Nesta auspiciosa celebração, a mais importante puja, que de modo algum não pode ser deixada de lado, é a que é oferecida a esta Deusa. Comumente, Lakshmi e Ganesha são os Deuses mais cultuados pelos Hindus, nas pujas que se realizam durante o Diwali, com o propósito específico de que a devoção e a fé que lhes são dirigidas possam tornar real a prosperidade que desejam e que todos os obstáculos sejam eliminados.




O culto à Lakshmi durante esta puja mais do que especial pede várias ações muito tradicionais. O ritual começa com a presença de toda a família, acendendo-se uma lâmpada ou diya. Então, se prepara um pequeno altar com um pano de tecido novo e ao centro se coloca um punhado de grãos junto a um pequeno jarro, kalash, que é feito em ouro, prata, cobre ou cerâmica. Este pequeno jarro é preenchido com três quartos de água e logo recebe uma noz de betel, uma flor, uma moeda e grãos de arroz seguido por cinco folhas diferentes ou folhas de uma mangueira. Sobre este jarro, kalash, coloca-se um pequeno prato com grãos de arroz e se desenha uma flor de lótus com açafrão em pó, haldi, e sobre os grãos de arroz coloca-se uma estatueta da Deusa Lakshmi juntamente com moedas.




A estatueta de Ganesha, que também é adorado junto com a Deusa, por ser muito auspicioso e trazer sabedoria e riqueza, é colocada em frente ao pequeno jarro, kalash, à direita no sentido Sul-Oeste. Ainda, pelo ao altar também se coloca objetos e livros relacionados com o negócio ou ocupação que o devoto exerce. 




Uma lâmpada é acesa e então se oferece haldi, kumkum e flores; em seguida os mesmos elementos são oferecidos à água que será utilizada em puja com a intenção de invocar as águas do rio das Deusas para que elas façam parte desta água.

Para invocar a Deusa Lakshmi o devoto recita mantras védicos endereçados a ela ou também se pode recitar os mantras que são mencionados nos Puranas. Ainda, de uma forma mais simples, o devoto pode apenas segurar algumas flores em suas mãos, fechar os olhos e pensar em Lakshmi sendo envolvida por moedas de ouro, com dois elefantes de cada lado, enquanto recita o seu nome e oferece as flores.




Logo em seguida, estatueta de Lakshmi é colocada em um prato e banhada com água, água de rosas, panchamrit (uma mistura de leite, coalhada, ghee ou manteiga clarificada, mel e açúcar) e depois novamente com água contendo alguns ornamentos de ouro ou uma pérola. 

Terminado o banho, limpa-se a estatueta e a coloca de volta no altar, no kalash. Se preferir, alternativamente, o devoto pode simplesmente utilizar uma flor e borrifar água e panchamrit sobre a estatueta.

Na seqüência se oferece pasta de sândalo, açafrão colar, perfume, haldi, kumkum, abeer e gulal e uma guirlanda de contas de algodão para a Deusa. As flores, especialmente as flores de calêndula e folhas de Bel (madeira macieira) também são oferecidas. 

Depois, acende-se um incenso e se faz uma oferenda de doces, coco, frutas e tambul e então, o devoto continua oferecendo arroz tufado e batasha e passa a colocar um pouco de arroz tufado, batasha, sementes de coentro, sementes de cominho sobre a Deusa. Ainda, pode-se cultuar um cofre ou recipiente onde se guarda o dinheiro e objetos de valores.




Em relação ao aratri à deusa Lakshmi, ele deve ser realizado apenas com um pequeno sino, pois Lakshmi abomina qualquer tipo de ruído que seja muito alto. Ainda, recomenda-se que não se bata palmas como se faz nos aratris dirigidos aos outros deuses. Uma curiosidade é que os agricultores, nas aldeias pela Índia, enfeitam e adoram o gado por acreditarem serem eles a encarnação de Lakshmi.




Finalizada a adoração, a atmosfera pacífica e sublime deve prevalecer durante todo o dia em que o devoto e sua família se entregaram ao culto à lakshmi, bem como durante o diwali. Assim, o ano que desponta virá cheio de prosperidade e tudo o que for melhor.

Feliz Diwali!

Um comentário:

  1. Adoraçao aos devas e´´contemplar a criaçao universal,adquirir conhecimento,proteçao e prosperidade.HARE KRISHNA.

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