24 de julho de 2018

YOGA EM VOGA ENTREVISTA – DANY SÁ – PARTE 4




HUMBERTO J. MENEGHIN


YV –Você esteve em Mysore, Índia, pela sexta vez para aperfeiçoar-se ainda mais no AshtangaVinyasa Yoga. Nesta jornada, além das práticas, quais foram as boas atividades e estudos que você se dedicou? A 3ª série já está em você ou ainda é preciso um pouco mais de empenho para concluí-la?  


DANY – Vir para Mysore é um momento de recarregar as energias, virar aluna e me dedicar exclusivamente ao meu sadhana. Nesta viagem procurei diminuir as atividades e me permitir descansar e cuidar de mim. Os estudos fazem parte da minha prática de asanas. Quando eu estava em casa estudei  Yoga Sutras com o áudio da Gloria Arieira e li novamente o Baghavad Gita. A prática como um todo faz parte de mim independente da série, mas, é muito bom ter meu professor por perto para que eu possa aprimorar meu conhecimento. 







YV – Além Índia, mantendo o pensamento ali na Ásia, há alguns poucos anos, você esteve pela China, ministrando práticas/workshops de Ashtanga Vinyasa Yoga e até teve o evento anunciado num cartaz que foi exposto numa estação de metrô.  A China está muito mais próxima do que se imagina e ensinar por lá é como se fosse em qualquer outro lugar do mundo ou existem algumas pequenas diferenças? Como foi essa boa experiência pra você?


DANY –   A China é um país incrível. Foi uma grande surpresa dar aulas e saber que sou conhecida por lá. Já fiz duas viagens para a China dando aulas em Shanghai e Chengdu. Apesar da cultura e língua serem bem diferentes, é lindo ver que a dedicação à pratica é a mesma em qualquer lugar do mundo. Os chineses são muito disciplinados e querem aprender mais. Eu fui muito bem recebida e fiz boas amizades. 







YV –Retornando à 3ª série do Ashtanga Vinyasa Yoga ou até mesmo a 2ª série, qual ásana tem sido o mais desafiador para você? E, então, o que parece pedir mais dedicação e empenho por parte de um (a) praticante pode de certa forma não ser assim trabalhoso para outro (a)?


DANY –Todos os ásanas são desafiadores, principalmente a Terceira série. O mais desafiador seja em qualquer série é manter a estabilidade respiratória e o foco. Estar completamente presente na ação é estar no estado de Yoga. Para isso o praticante precisa ter compromisso com seu sadhana e ter disciplina. Para qualquer conquista precisa-se de esforço e dedicação. Pensando aqui, eu tenho praticado a Terceira série há uns dez anos e percebo que só agora tenho mais estabilidade e conforto nas posturas. 








YV – O movimento #MeToo que tem por objetivo combater o assédio de todos os tipos contra as mulheres está aí e não podemos negar. Infelizmente, assédios e mal entendidos aconteceram, acontecem e esperamos que não mais aconteçam em todos os lugares e também na comunidade do Yoga. Isso quer dizer que os ajustes verbais, numa prática de ásanas, não importando o estilo, podem ser os mais adequados para os dias atuais ou os ajustes manuais ainda prevalecem dentro da Tradição, bom senso e respeito?


DANY –Na prática de Ashtanga os ajustes são necessários sejam eles verbais ou manuais. Na aula estilo Mysore, existe mais o contato físico do professor com o aluno, mas tudo deve ser feito com cuidado e respeito. O ajuste só pode ser dado quando existe a confiança entre aluno e professor. O ajuste pode ser mais sutil ou mais intenso dependendo da circunstância, isso vai da sensibilidade de cada um.  Eu procuro respeitar o tempo do aluno, conhecer mais seu corpo para poder ajustar. O ajuste é uma direção que o professor dá para o aluno entender o caminho da postura, mas não precisa ser feito toda hora. Em  relação a assédio, deve se perceber o quanto é abusivo ou não. Cada um vai ter sua interpretação, eu não tive problema com isso   sendo aluna ou professora. 








YV – Ter Disciplina na prática e no estudo do Yoga é ótimo! Quais são algumas dicas que você pode passar aos que se iniciam na prática, para os que já estão no caminho e ainda não a conseguiram, no sentido de criar e estabelecer essa disciplina e comprometimento?


DANY – Não tem muito mistério, a minha dica é abrir o tapete e praticar todo dia, mesmo que você sinta cansado ou com preguiça, não deixe de praticar. A prática vai te fortalecendo a cada dia e os obstáculos vão diminuindo. Crie o habito com disciplina e devoção.












YV – Então, quer dizer que os compromissos da vida diária de quem se mantém disciplinado e comprometido com Yoga também estão bem alinhados noutras áreas ou algumas vezes precisam de ajustes diante dos papéis que se exercem?


DANY – Com certeza, a disciplina na prática de Yoga irá refletir nas ações do dia-a-dia. Quando nos mantemos determinados e comprometidos com a prática, as transformações vão acontecendo automaticamente. Essas transformações muitas vezes precisam de ajustes, pois precisamos mexer em padrões e condicionamentos do passado. Não é fácil… eu sei. Muitas vezes pode ser doloroso, faz parte do processo, mas o conhecimento alcançado traz calma e paz.












YV – Muitos sabem que você foi e quem sabe ainda continua sendo, mesmo à distância, a professora de Ashtanga Vinyasa Yoga da talentosa Fernanda Lima. Ministrar aulas para a Fernanda é como ministrar aulas para uma aluna ou aluno muito interessado em praticar e conhecer mais sobre o Ashtanga e o Yoga como um todo? O que você pode destacar de bem legal e gratificante sobre a incursão à Índia que você e a Fernanda fizeram e que foi apresentado num programa muito especial do Esporte Espetacular?


DANY –Sim, continuo sendo a professora da Fernanda Lima mesmo que a distancia.  Vejo a Fernanda com uma aluna normal e sinto que é assim que ela gosta de ser tratada. Ela tem muito amor à prática do Ashtanga Yoga e interesse em aprender mais. Eu já estava na Índia fazendo o curso para professores autorizados e a Fernanda veio depois me encontrar para gravar o programa. Foi muito lindo vê-la praticando no berço do Ashtanga e coma filha do Pattabhi Jois, a Saraswahati Jois.



YV – Com certeza Laruga Glaser, conceituada professora de Ashtanga Vinyasa Yoga da Suécia tornou-se a sua boa amiga, tanto é que você já a trouxe ao Brasil para ministrar práticas/workshops. Além do Yoga, o que você aprendeu de novo com a Laruga e o que você acha que ela aprendeu de novo com você?


DANY –A Laruga sempre foi uma inspiração para mim como pessoa e praticante dedicada. Nos conhecemos rapidamente em Mysore e depois a convidei a dar um workshop no Rio de Janeiro emmaio de 2016. Percebemos que temos muitas coisas em comum como o jeito de ensinar e o comprometimento com a prática. Isso nos aproximou apesar de não nos vermos há mais de dois anos, sempre mantemos contato virtualmente.  Vamos estar juntas em breve ministrando um retiro de Ashtanga na Grécia em setembro/2018.






YV – Quais são os eventos que estão na agenda da DanySá que merecem destaque? Alguma novidade especial ?


DANY – Depois da Índia volto com bastante energia para dar continuidade as minhas aulas no meu Shala no Leblon e fazer as viagens já programadas.

O Intensivo na Montanha Encantada sempre é um momento especial que realizo anualmente e o Retiro na Grécia com a Laruga que será imperdível!






"Foi com ele que iniciei minha formação no Yoga há 12 anos atrás. Fiquei muito feliz e honrada em receber o convite de dar uma aula de Ashtanga no seu curso de formação em Portugal. Yoga é isso: união, religar, compartilhar experiências com amor e devoção. Muito obrigada @pedrokupfer"


Photos by:  @ifilmyoga to @liquidoactive, @sigismondiphotography, @dealudovice 

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