2 de junho de 2015

LIVROS PARA COLORIR: MEDITAÇÃO?




HUMBERTO MENEGHIN


Parece interessante colorir imagens que estão impressas nas páginas de um livro, esquece-se do tempo, não se vê a hora passar e no final dá aquela alegria, uma sensação de missão cumprida. Mas, será que esses livros com imagens para colorir, que estão vendendo como água nas livrarias, além de terem um certo lado terapêutico, podem levar os pintores ao estado meditativo?







Deixando de ser itens exclusivos das crianças que estão na pré-escola, esses livros cheios de imagens impressas para colorir, logicamente acompanhados por uma carta generosa de lápis de cores, estão, na verdade, tornando-se uma ferramenta contra as vicissitudes da vida e do estresse não resolvido.


A pessoa adquire um desses livros, lindamente desenhado com imagens de florestas encantadas, jardins secretos e até mandalas mágicas, repletos de espaços que pedem cores.






E, logo acontece uma remessa à tenra infância, onde não existiam cobranças, onde o tempo passava devagar associado a desenhos que se faziam e pintavam-se. E, ainda, com a expressão antiestresse na capa desses livros? Só não os compra quem não tem dinheiro, não se interessa ou se acha incapaz de usar seu tempo para isso.


Conforme opiniões de psicólogos, dispensar boa parte do tempo pintando as imagens impressas nesses livros leva a um efeito tranquilizante e ainda organizador, o que é uma das atividades mais utilizadas na Terapia Ocupacional por pacientes com distúrbios mentais como a ansiedade e até portadores de transtornos psicóticos.







Dizem que quem compra um desses livros e dedica-se a pintar as imagens, se desconecta de tudo o que está a sua volta, não vê o tempo passar, concentra-se e quando termina de preencher os campos que pediam cores e vê o preenchimento da pintura completo, sente-se muito bem. Sensação essa que tem um a explicação: endorfina liberada decorrente de uma atividade prazerosa, que consequentemente libera o estresse.


Louvável e plausível. Parece mesmo que se atinge um estado meditativo decorrente de uma boa quantidade de concentração exercitada através da pintura de desenhos impressos.








No entanto, a primeira vista, podemos dizer que colorir essas imagens de tais livros de pintura não é uma nova forma de meditar, mas sim um bom passatempo que a mídia apresentou e caiu no gosto popular.


Sim, está fazendo o seu papel, desligando as pessoas do automático, afastando-as dos aparatos digitais e centrando a mente, desenvolvendo a concentração e uma boa habilidade artística.


Dhárana, a concentração é um dos componentes indispensáveis do processo meditativo, que devidamente exercitado leva-se à Dhyana, mesmo que momentaneamente. 


Desenhar, dedicar-se a atividades artísticas e até mesmo preencher com lápis de cores imagens feitas também pode levar a pessoa a uma breve introdução ao estado meditativo.


No entanto, sabemos que o meditador deve estar numa postura confortável, concentrado, aberto a observar o objeto que é observado, sem interferências, sem distrações. Pintar para relaxar, meditar para se descobrir.


Harih Om! 

3 comentários:

  1. Ótimo post! Vi quando compartilhou no grupo Yoga no Brasil e por curiosidade resolvi abrir. Achei muito boa essa visão e perspectiva dos tão famosos livros de colorir. Parabéns!

    Abraços,
    Estefanie.

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  2. Muito bom Humberto, claro e leve como tudo que escreves!!! Abração

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