14 de janeiro de 2014

MINHA AMIGA PRATICA YOGA, EU TAMBÉM! – PARTE VINTE DOIS



HUMBERTO MENEGHIN


Lili nem parecia ter notado a nossa presença, pois continuava absorta numa conversação ao celular repetindo várias vezes a palavra “entendi” e quando não dizia isso comia o hambúrguer que segurava com a outra mão.  Como se demorasse um pouco para nos reconhecer, mesmo tendo acabado de nos dar uma prática de Yoga, Lili, abriu um sorriso contendo ainda pequenos pedaços de hambúrguer entre alguns dos dentes, fechou o celular e disse: “Fazem Yoga, mas não dispensam o fast food?


Simone segurando uma bandeja farta disse de volta: “Pensei que você fosse  vegetariana?” E, pegando a bolsa que estava sobre a mesa encostada à janela, Lili respondeu: “Nem aqui, nem na China. Não vivo sem um bom churrasco todo fim de semana. Amo muito tudo isso! Entenderam?”

“Mas você é professora de Yoga, a maioria dos professores e até alguns praticantes são vegetarianos.” – falou Kika segurando um pequeno pacote de batatas fritas numa das mãos.







“Ih, não estou nessa, bebo, como carne, pinto e bordo. E será mesmo que toda essa gente que se diz vegetariano, da Paz não fazem o mesmo que eu faço ou até pior? Já me contaram cada uma de arrepiar... Não ponho as minhas mãos no fogo por ninguém.” – e colocando o dedo indicador embaixo da pálpebra direita ainda disse: – “Este é amigo deste, entenderam?” – referindo-se aos olhos. – “Final do ano vou pra Índia, planejo levar um grupo comigo; o grupo Samadhi da professora Lili. Já estou em contato com uma agência de viagens organizadora. Quero que vocês três viagem comigo, vocês são da Yoga, minhas lindas, tem samadhi no sangue. E, é de gente assim que eu gosto. Vocês aproveitaram bem a minha aula, alguns não gostaram, mas sei que vocês duas adoraram. Entendeu?”







Já havia passado das dez, Lili apontou o indicador para nós e ainda falou:

“O homem nasceu puro, desde o momento que abriu os olhos e mesclou-se com a humanidade a ambição, a licenciosidade mundana, guerras e outras coisas mais fizeram com que ele se tornasse descontente, insatisfeito com a sua vida. Muitos recorreram às coisas frugais, prazeres transitórios que nem sempre o preencheram. A sabedoria que nós buscamos já está em nós mesmos, entenderam? A Luz que brilha no nosso interior, já vem brilhando há muito tempo. O yogi é um Ser especial, eu sou uma yogini, tenho sabedoria de sobra para compartilhar com vocês que tem um lugarzinho garantido no fundo do meu coração. Lindas, preciso ir, que peninha! Adoro vocês e as vejo na minha próxima prática. Pensem sobre a Índia, vamos nos iluminar na Índia, atingir muitos samadhis na Terra mãe!”


Harih Om

Nenhum comentário:

Postar um comentário