HUMBERTO MENEGHIN
Um dos primeiros mudras
que o praticante de Yoga aprende quando se inicia na prática é o jnana mudra, o gesto do conhecimento. De
simples execução, as pontas dos dedos indicadores e polegares de ambas as mãos
se unem e formam um círculo em cada uma, enquanto os demais dedos se mantém
estendidos de uma forma confortável; no entanto, muitos podem confundi-lo com o
chin mudra, aparentemente semelhante, mas cuja execução difere em um
ponto.
Conectando os pólos positivo e
negativo que são representados pelos indicadores e polegares de cada mão, o
praticante que investiga o jnana mudra senta-se de forma confortável e
estável seja numa cadeira ou pelo chão em ardha
padmásana ou noutro ásana
indicado à prática de meditação e mantém as palmas das mãos relaxadas, voltadas
para baixo, comumente apoiadas aos joelhos. Então, começa de certo modo a
tentar meditar; pois a grande maioria dos praticantes adotam este mudra como um selo facilitador ao estado
meditativo.
Também utilizado em conjunto com a
execução de pranayamas e de alguns ásanas, uma vez que ocorre um estímulo no processo respiratório, o jnana mudra vai induzir o praticante a
se concentrar no ajna chakra,
trazendo uma maior introspecção e a consequente percepção do conhecimento
intuitivo, enquanto o circuito
eletromagnético no corpo sutil se fecha impedindo que o prana se dissipe.
Simbolizando sabedoria
na iconografia Hindu, o jnana mudra também pode ser realizado de uma
forma fechada, onde os indicadores se posicionam exatamente na base dos
polegares; aliás, parece que esta forma que é considerada a correta, uma vez
que na variação mais conhecida onde os polegares e indicadores se tocam pelas
pontas formando círculos, há a tendência desses dedos se separarem com maior
facilidade no momento em que se perde a consciência corporal.
Por sua vez, o chin
mudra, o gesto da consciência tem a execução semelhante ao jnana mudra
quanto ao posicionamento dos dedos; no entanto, as palmas das mãos permanecem
voltadas para cima, numa forma de receptividade, enquanto os dorsos das mãos
ficam apoiados sobre os joelhos, na medida do possível.
No dia a dia, algumas pessoas que normalmente aguardam por
alguma coisa tem o hábito inapropriado de tamborilar os dedos contra uma
superfície plana denotando impaciência.
Se aquele ou aquela que tem este tipo de hábito
parar por um momento e colocar os dedos das mãos em jnana mudra ou chin mudra poderá quem sabe diluir o estado
de impaciência, reduzir o estresse, estabilizar os sentidos e sentir um lampejo
de paz; e, isso, também vale para quem se incomoda ao ver e ouvir esse alguém
muito impaciente, que na verdade usa o tamborilar dos dedos contra qualquer
superfície plana para unicamente solicitar atenção imediata no que pretende.
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