1 de novembro de 2011

UM PEQUENO EXEMPLO DE LIBERAÇÃO





HUMBERTO MENEGHIN

Hoje em dia é raro encontrar algum programa na TV que tenha bom conteúdo e transmita uma mensagem construtiva. No entanto, para quem assiste, assistiu e se recorda do seriado “Little House on the Prarie”, a pequena casa na pradaria, que em português levou o título de “Os Pioneiros”, chega à conclusão que o bom conteúdo e as mensagens construtivas estão presentes.




Baseada em livros escritos para crianças, que foram publicados entre 1932 e 1943, criados por Laura Ingalls Wilder, a série, produzida entre 1974 e 1983, atualmente exibida à noite no canal a cabo TCM, conta a estória dos Ingalls que se estabeleceram numa pequena casa numa fazenda, na cidade de Walnut Grove, Minnesota, Estados Unidos. Nestas pradarias, as personagens emocionam o público com episódios dramáticos, cheio de obstáculos, não deixando de serem românticos e com aventura. 





Num dos episódios, a filha mais velha do casal Ingalls, Mary, com treze anos de idade, se apaixonou por um rapaz um pouco mais velho. Este rapaz, filho de um fazendeiro cujo comportamento é bem rústico, gostava muito de escrever poesias que foram cair nas mãos de um educador ligado a uma Universidade de uma cidade grande. Impressionado com o talento do rapaz, este educador conseguiu um bolsa de estudos para ele estudar na Universidade. A mãe do rapaz ficou feliz, o pai nem tanto e a namorada, a menina Mary, que havia recebido um pedido de casamento, mesmo tendo apenas treze anos, ficou triste com a ida do rapaz.




Pressionado em tomar uma decisão, o rapaz que amava o seu ofício de escritor, se viu entre a cruz e a espada. De um lado, o pai que era contra, pois queria contar com seu trabalho na fazenda e por outro lado a namoradinha que o amava e que queria se casar com ele. Então, o rapaz decidiu recusar a bolsa de estudos que lhe ofereciam para estudar na Universidade e decidiu permanecer na fazenda ajudando o pai, pronto para se casar com Mary. No entanto, no fundo sentia-se muito infeliz.

Mary percebeu isso e soube que seu namorado havia abandonado definitivamente de escrever poemas. Ao mesmo tempo, o fazendeiro pai do rapaz, lhe deu um pedaço de terra para que construísse a casa em que o jovem casal iria morar após o casamento, com pasto suficiente para plantação.




Indignada com a infelicidade aparente do noivo que havia decidido não ir para a Universidade e ainda deixado de escrever, vendo-o trabalhar com o que não gostava, Mary conseguiu convencer o pai do rapaz que isto não estava certo e que deveriam deixá-lo ir, ou seja, liberá-lo de uma pequena prisão em que ele próprio havia se colocado; que na verdade, tinha por fim agradar a noiva e o pai, ao deixar de satisfazer o seu desejo.

Então, mais feliz com a aquiescência do pai e da noiva, o rapaz pegou o trem e foi para a Universidade. Com este ganho que lhe trouxe felicidade, momentaneamente ele perdeu o contato com a noiva e a família. No entanto, eles passaram a aceitar o fato e deixaram de se sentirem culpados por impedirem o rapaz de estudar.




Por aí, podemos ver que no dia a dia, nos prendemos a situações, a certos conceitos e a pessoas, achando que é a melhor solução; mas, na realidade, nos sentimos infelizes, privados de liberdade, limitados e arraigados ao que aparenta ser bom para nós, mas que no fundo não é.

Paralelamente, até mesmo sem perceber, certas vezes, somos nós quem aprisionamos alguém, ceifando-lhe a liberdade, impedindo que verdadeiramente se sintam bem, impedindo que façam a suas próprias escolhas.




Em analogia, a vida vem nos trazer situações similares como essa apresentada neste episódio de “Os Pioneiros”, situações que de uma forma e outra só nós faz refletir e crescer como seres em evolução que buscam a verdadeira liberação, moksha.

Harih Om!


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